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Maternidade real: entendendo o vínculo afetivo entre pais e filhos

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Mayara Nunes Almeida

Psicóloga CRP 08/18704

Muito falamos hoje sobre a maternidade real e a vinculação afetiva entre pais e filhos, é importante compreender como esta relação se estabelece, ainda mais importante é falar sobre a maternidade real e sobre os aspectos psicológicos das as mães e pais que tomam a decisão de ter filhos.

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O espaço familiar pode ser considerado como um centro de desenvolvimento de laços familiares afetivos. É através da família que a criança adquiri os valores do seu grupo e as funções sociais que ele desempenhará em novas situações grupais. A dinâmica e a convivência familiar refletida nas interações entre pais e filhos tem sido tema de grande interesse tanto para o conhecimento popular quanto para o conhecimento científico, independente do conhecimento, seja ele o senso comum ou o científico todos estão interessados em saber se os pais “estão preparados para assumir tantas responsabilidades que impactam a vida do filho”. É claro, que estamos falando aqui, da maternidade real, sabe, aquelas que ninguém conta quando toma-se a decisão de ter filhos.

 

Quando se trata desta decisão, a de ter filhos, não podemos pensar ou deixar tudo por conta do “instinto materno”, muitos compreendem que tornar-se mãe e pai é algo natural “um ciclo natural da vida”, mas não é bem assim que as coisas acontecem. Depois da decisão tomada, e depois que os filhos chegam, vem aquela culpa tremenda “não estou sendo uma boa mãe ou um bom pai”. Bom, mas para tornar-se mãe e pai não é necessário cursar uma graduação, o que se faz necessário é uma reflexão sobre o significado destes papéis para quando se deseja ter um filho, seja ele biológico ou adotivo.

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Essa reflexão refere-se sobre as próprias motivações, riscos, expectativas, desejos, medos, entre outros sentimentos de quem deseja ter filho. Preparar-se para ter um filho, significa tomar consciência de si mesmo, dos outros e do mundo e saber que a preparação é contínua, que as coisas e pessoas estão interagindo dinamicamente, logo, estão sujeitas a mudanças, compreender que todos nós estamos sempre em um processo dinâmico de construção e reconstrução, desde os sentimentos e desejos até os códigos sociais de ética e de moral.

 

Ninguém nasce com os sentimentos, ninguém mesmo! Então vamos esquecer essa história de que toda mulher nasceu para ser mãe, a maternidade se aprende, assim como aprendemos a amar (e outros sentimentos também!). Nós nascemos com uma predisposição e potencialidade para desenvolver os sentimentos e tomar consciência dos mesmos ao longo da nossa história de vida, a partir do contato que temos com ambiente social e as maneiras pelas quais se dão essas interações é que os sentimentos vão se intensificando e são reforçados. Os sentimentos são produzidos pelas interações sociais e desta forma pode-se criar condições que produzirão determinados comportamentos e determinados sentimentos.MeditatingMomJumpingSon-300x296

O aprendizado dá-se também no campo dos afetos e sentimentos, portanto, “os laços de sangue” ou o “insitinto materno” não trazem consigo a garantia do amor, pois este é construído nas relações cotidianas, na interação e nas trocas. As interações sociais estão relacionadas as práticas culturais de um determinado grupo de indivíduos, logo, compreende-se que os afetos são as ações aprendidas nas relações através da interação com grupos sociais, é a partir da experiência da relação com o outro que somos afetados, e a partir desde atefo é que se formam os vínculos.

Ah, e claro, não existe uma receita de bolo (sim, sempre falo isso nos meus textos, e não existe mesmo gente!) quando se trata da maternidade real, ela é diferente para cada um, cada mãe e cada pai vai aprender no dia a dia a construir esta nova relação de afeto, através da troca, do desenvolvimento de habilidades sociais, da empatia e assertividade que o vínculo é construído. Não, também não disse que é uma tarefa fácil de desempenhar, isso é construção, desconstrução e reconstrução, diariamente!

Referências

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MALDONADO, M. T. Os caminhos do coração: pais e filhos adotivos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2001.

MELO, C. M. A concepção de Homem no Behaviorismo Radical de Skinner: Um compromisso com o ‘bem’ da cultura. 2004. 97 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Filosofia, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2004.

MICHELETTO, N.; SÉRIO, T. M. A. P. Homem: Objeto ou Sujeito para Skinner? Temas em Psicologia – Análises da Análise do Comportamento: do Conceito À Aplicação. Sociedade Brasileira de Psicologia, Campinas, v. 02, n. 02, p.1-9, fev. 1993.

OLIVEIRA, C. A. Adoção no Brasil. 2002. 23 f. Monografia (Especialização) – Curso de Especialização em Arte-terapia, Universidade Candido Mendes, Rio de Janeiro, 2002.

WEBER, Lidia Natalia Dobrianskyj. Aspectos psicológicos da adoção. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2003.

 

 

 

 

 

 

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